Reescrevendo... "A Bela e o Monstro" em
Uma Bela Refeição
Era uma vez, numa quieta vila, uma linda e roliça rapariga chamada Bela e seu pai escanzelado, Maurice.
Um dia Maurice decide ir ao mercado comprar um frango para a sua filha esfomeada, mas no caminho é atacado por lobos, atraídos pelo cheiro do petisco. Ao fugir, chega a um palácio, aparentemente abandonado, onde se via frangos a cozinhar em espeto. Aterrado pela ideia de chegar a casa sem um frango para Bela, decide entrar na propriedade.
Nesse dia, Maurice traçou, não só o seu destino, mas também o de Bela, pois aquele palácio pertencia ao Monstro Alberto. Ao entrar naquele lugar, deparou-se com uns olhos de fúria, rodeado de peças de loiça falantes. Desmaiou.
Em casa, Bela esperava ansiosamente a sua refeição, salivando como o cão de Pavlov. Aquele atraso não era habitual, pois seu pai sabia as consequências de trazer o frango frio e pouco crocante. Assim, decide ir à procura, não de Maurice, mas de um frango. A caminho do mercado, encontra o lenço do pai e vai à procura dele, na esperança de que este lhe dê o dinheiro para o almoço.
A jovem, após seguir as pegadas do pai, chega ao palácio e ouve o pai a gritar. Corre na direção da voz e acaba cercada pela loiça e o Alberto.
O Monstro, que seguia uma dieta rigorosa e um plano de exercício físico diário, estava constantemente esfomeado, tanto que já percecionava Lumière como petisco. Ao ver a Bela entrar, não resistiu à tentação e decidiu aceitar o seu corpo tal como é, alimentando-se vorazmente da rapariga.
Cada pessoa é bela como é, a sociedade não deve definir a beleza do indivíduo. A invasão de propriedade é ilegal.
Leia a história de Rapunzel reescrita
Era uma vez, num reino distante, uma princesa
que se apaixonou, por um rapaz do seu reino; ela chamava-se Rapunzel e ele
Flávio Rider. Só tinham falado uma vez e mesmo assim, ela acreditava que se
iriam casar. Um dia, para sua surpresa, o seu amado foi preso, sob uma acusação falsa de ter roubado o rei, por
isso, foi mandado prender numa torre, longe do reino, vigiada, por vários
guardas. Rapunzel estava decidida em salvar o seu amor. Tentou subornar alguns
guardas, no entanto, não conseguiu, pois, a grande maioria era fiel ao rei.
Durante alguns meses, tentou vários esquemas, mas nenhum resultou. Assim, mais
decidida que nunca, Rapunzel percebeu que teria de forçar a sua entrada na
torre. Deste modo, um dia, cavalgou até da torre, e utilizando o seu cabelo,
como chicote derrotou os guardas, depois de uma luta intensa, deixando-os
inconscientes. Agora, estava cada vez mais perto de salvar Flávio e casar-se
com ele, atingindo o seu objetivo tão idealizado. Arrombou a porta e correu em
direção ao seu amado, dizendo-lhe:
- Vim te salvar, Flávio! - ao dizer isto ouviu
o som das passadas dos guardas a subir as longas escadas da torre.
Em pânico, Rapunzel segurou o braço de Flávio
Rider e juntos saltaram da janela agarrados aos seus longos cabelos pantene
dourados. De seguida, aterraram numa grande pilha de feno, perto dos cavalos.
Juntos montaram um deles e partiram em direção ao horizonte, sendo ao mar o seu
destino. De lá partiriam num barco, para puderem reconstruir as suas vidas.
Passadas algumas horas, chegaram ao porto, ainda antes de anoitecer. Rapunzel
olhou para flávio e disse:
- Vamos embarcar rápido antes que os guardas
do meu pai venham e estraguem o nosso final feliz.
- Não, não posso ir contigo! Tenho alguém à
minha espera, que amo e não posso deixar ficar para trás.
Rapunzel fica com um nó na garganta, quase sem
conseguir segurar as lágrimas. Flávio percebe o que moveu a Rapunzel a vir em
seu auxílio.
De seguida Rapunzel inspira e diz:
-Quem é?
Flávio hesita em responder…. Subitamente,
surge um dos guardas das profundezas da floresta a cavalo. Este para, olha para
Flávio e demonstra sentir-se aliviado, por ver que está bem. Trocam olhares
cúmplices um com o outro e de seguida Flávio Rider dirige-se a Rapunzel
segurando as suas mãos gentilmente.:
- Obrigada, por me teres ajudado a recuperar a
minha liberdade. Mas agora está na altura de eu partir e puder ser finalmente
feliz. Nunca me vou esquecer do que fizeste por mim.
Flávio volta a olhar para o guarda, fazendo-lhe sinal para que se aproximasse. Abraçaram-se e juntos embarcam no barco, que partiu assim que o sol se pôs.
As emoções
Índice
Capa
Índice
Introdução
Emoções,
afetos e sentimentos
A
importância das emoções
Importância
de trabalhar com as crianças
Importância
de reconhecer emoções
Atividade
proposta
Conclusão
Bibliografia/Sitografia
Introdução
As emoções
consistem em variações psicológicas e físicas desencadeadas por um estímulo,
sendo geradoras de sentimentos, que são experiências subjetivas dos afetos e
emoções. Estas apresentam elevada intensidade, mas são breves, tal como os
afetos, que definem-se como predisposições biológicas que permitem ter
experiências emotivas.
De facto, existem
dois tipos de emoções: as primárias e as secundárias. As emoções primárias ou
universais caracterizam-se por serem inatas, aparecendo no início da infância e
não dependem de uma aprendizagem prévia. Estas são comuns em indivíduos de diferentes
culturas, podendo ser condicionadas socialmente. Existem seis emoções primárias:
tristeza, medo, surpresa,
nojo, raiva e alegria.
Já as emoções
secundárias ou sociais são o resultado da interação com os outros e da
combinação de várias das emoções primárias, não sendo facilmente
identificáveis. Devido a isto, implicam uma avaliação mental das situações e é
necessário o indivíduo ter “certas aprendizagens”. Existem várias emoções
secundárias como: culpa, desprezo, orgulho, prazer, vergonha, etc. e as áreas
do córtex pré-frontal estão relacionadas com este tipo de emoções. Para além
disso, existem ainda emoções de fundo tais como o bem-estar e a tensão.
Por fim, as emoções
e sentimentos, ao contrário do que muitas vezes se pensa, têm significados distintos.
O sentimento é o resultado de uma experiência emocional. Neste sentido, as
reações geradas pelas emoções de forma consciente dão origem aos sentimentos.
Um sentimento é sempre criado a partir
de uma emoção e é duradouro, contrariamente às emoções que que têm um efeito
momentâneo.
Emoções,
afetos e sentimentos
As Emoções são um
conjunto de reações orgânicas provocadas por determinados estímulos externos,
ou seja, são alterações químicas e neuronais causadas por um acontecimento,
pessoa ou situação específica. Estas estão presentes durante toda a vida de um
indivíduo e são fundamentais no ato de decidir.
De facto, estas
estão relacionadas com o tempo, têm uma durabilidade limitada e variam no que
toca à intensidade, tendo um motivo e um objeto e expressam-se corporalmente.
Para além disso, são geradoras de sentimentos, não são hábitos, daí que sejam
reações a certas experiências e podem suscitar novas emoções.
Desta forma, as
emoções nem sempre requerem consciência, têm polaridade, podendo esta ser
positiva (alegria) ou negativa (tristeza/angústia) e são determinadas por uma
interpretação de factos.
Os Afetos são uma
predisposição biológica para os seres humanos se relacionarem emocionalmente
com objetos, pessoas e situações .Efetivamente, estes constroem-se ao longo do
tempo, estruturando a nossa vida mental, orientando o nosso comportamento e
exprimindo-se através das emoções. Assim, estes são bastante importantes nas
relações que mantemos com as pessoas, pois, sendo subjetivos, são mais intensos
do que as emoções. No entanto, tal como as emoções, apresentam uma duração
limitada.
Os sentimentos podem
ser definidos como a interpretação
subjetiva dos afetos e das emoções. Não obstante, ao contrário das emoções, que
são públicas, estes são privados, pelo que, se um agente externo pode observar
uma emoção e interpretá-la, tal não é possível no que toca aos sentimentos.
Para além disso,
contrariamente às emoções, estes não estão associados a uma causa imediata,
prolongam-se no tempo e são menos intensos, enquanto as primeiras são breves,
mas apresentando maior intensidade.
A
importância das emoções
As emoções,
experiências subjetivas que se encontram acompanhada por comportamentos
visíveis, são bastante importantes no
que toca à forma de como nós mesmos pensamos e agimos. Estas influenciam, todos
os dias, as nossas ações e decisões, podendo estas ter maior ou menor
relevância na nossa vida futura e nas dos que se encontram ao nosso redor.
Primeiramente,
estas são um mecanismo de sobrevivência. Emoções primarias como o medo e o nojo
permitem que o ser humano sobreviver, sendo indispensáveis. Assim, ambas
levam-nos a evitar situações perigosas ou potencialmente mortais. Por exemplo,
o nojo leva-nos a não provar comida estragada. Para além disso, as emoções permitem
que nos identifiquemos com as pessoas, assegurando a reprodução da espécie
humana.
Em seguida, as
emoções ajudam-nos a tomar decisões, apesar de tentarmos ser o mais objetivos
possível. É do conhecimento geral, que somos influenciados todos os dias nas
nossas escolhas devido as emoções que sentimos, desde as mais insignificantes
às mais importantes. Assim, as mesmas estão na base das nossas decisões, de
facto, existem estudos que afirmam que nas pessoas com danos cerebrais a
capacidade de tomar boas decisões diminui.
Para além disso,
estas levam a que tenhamos uma maior motivação a agir de uma certa forma. Ou
seja, as emoções não são apenas a base das nossas escolhas, mas, muitas vezes,
levam a que tomemos uma certa atitude ou a que se aja de uma maneira
específica. Por exemplo, a tristeza que se sente após ter uma má nota ou a
alegria de ter uma boa nota podem levar a que um determinado indivíduo estude
com mais afinco para um teste.
Por fim, as emoções
são bastante importantes nas relações que mantemos com as pessoas, permitindo
que nos aproximemos e comuniquemos com as mesmas. Deste modo, estas estão na
base da forma como nos relacionamos com os outros, sendo indispensáveis para
manter uma relação estável com alguém. As emoções são, portanto, uma forma de
percebermos melhor a outra pessoa, dando-nos informações sobre a sua
personalidade e influenciando o nosso agir à sua volta.
Importância
de trabalhar emoções com as crianças
A infância é o
período de desenvolvimento no qual ocorrem mudanças rápidas e muito
significativas. Com o crescimento, emerge a necessidade, por parte da criança,
de se descobrir a si e aos seus limites, e de conhecer o mundo bem como os que
estão à sua volta. De facto, o conhecimento emocional é fundamental para o
ajustamento da criança, o seu autoconhecimento e autocontrolo, seja a
capacidade de gerir emoções fortes, o controlo dos impulsos e a promoção da
autoconfiança.
As crianças
emocionalmente competentes são capazes de regular adequadamente as emoções,
possuem mais recursos, estão mais aptas a resolver problemas e a lidar com os
acontecimentos da vida mais stressantes. Para além disso, estas aceitarão mais
facilmente o outro, bem como as suas diferenças físicas, emocionais, culturais,
construindo, por isso, relações sociais positivas e obtendo um maior sucesso
escolar.
Neste processo, é
essencial a consistência das respostas e a disponibilidade dos educadores,
enquanto figuras de referência, para ensinar a criança a gerir as
contrariedades, facilitando a aprendizagem da expressão das emoções nas
situações de frustração e na resolução das mesmas da melhor forma. Assim, é
necessário acompanhar o desenvolvimento da criança, dando-lhe espaço para
crescer, mas mantendo a proximidade e a disponibilidade, durante o processo,
para a ajudar.
Portanto, é
importante ensinar as crianças a conectarem-se com o seu próprio “mundo”
emocional, para que, posteriormente, se possam entender a si mesmas, sendo
preciso deixar claro que todas as emoções são necessárias. É igualmente importante
que, no contexto do dia-a-dia, se abordem questões como: quais são as emoções e
quais as expressões das mesmas.
Sobretudo durante
esta fase do seu desenvolvimento, os pais devem ter uma atitude empática para
ajudar a criança a identificar como se sente, quais são as causas que deram
origem aos seus sentimentos e como lidar com as emoções, sendo este um trabalho
de regulação emocional, no qual, se promove conscientização, regulação e
responsabilização das emoções.
Importância
de reconhecer emoções
As emoções são
básicas e indispensáveis, estas permitem avaliar os estímulos do meio ambiente
de forma rápida, preparam-nos e motivam-nos a agir. Assim, são formas de
expressão que controlam as relações em sociedade, favorecendo a convivência, a
interação e a ação. Por isso, é importante saber reconhecer e trabalhar as
emoções, ou seja, saber gerir as mesmas, bem como, os sentimentos. Este
processo permite que cada indivíduo se perceba melhor a si próprio, sabendo o
que o motiva, de forma a cuidar da sua saúde mental agora e no futuro.
Nos seres humanos,
as emoções estão relacionadas com valores, ideias, princípios e experiências
vividas. Refletem significados e sentidos que atribuímos às pessoas, objetos e
acontecimentos. Logo, têm um papel determinante na vida do ser humano,
influenciando tomadas de decisão. Daí a importância de cada um ser capaz de
reconhecer e trabalhar as suas emoções. Em suma, permite aumentar o nosso
autoconhecimento, sabendo o que nos motiva e a relacionarmo-nos melhor com as
outras pessoas.
Atividade
proposta
A atividade que realizamos visava levar
crianças e colegas a perceber as emoções no geral, mas, particularmente, a
importância do medo. Assim, com vista a aumentar o conhecimento dos que foram
sujeitos à nossa atividade, decidimos testá-los com um “quiz”, usando a
plataforma “kahoot”.
Primeiramente,
realizamos uma introdução à nossa atividade, esclarecendo brevemente o conceito
emoção e as reações observáveis de alguém que sentia medo. Para além disso,
realizamos uma explicação sobre a forma de jogar o jogo no “kahoot”, bem como o
jogo em si.
Em seguida,
pediu-se aos colegas que realizassem o jogo, competindo o mesmos entre si. De
facto, o questionário consistia em ler um excerto de uma história de nossa
autoria intitulada “A origem do medo”, na qual é explicado a importância do
medo, fazendo-se alusão ao sua conotação positiva, dado que este ajuda a
assegurar a sobrevivência do ser humano, e corresponder uma emoção a esse
excerto. As respostas eram fotografias de colegas nossos e outras tiradas da
“Internet” que tornavam a atividade mais divertida, enquanto se aprendia sobre
as emoções.
Desta forma, a
atividade visava não só uma componente teórica onde se aprendia sobre as
emoções como testávamos a capacidade dos nossos colegas em reconhecer as
emoções primárias: raiva, medo, alegria, tristeza, nojo e surpresa. Por fim, no
final da atividade perguntou-se aos colegas se tinham alguma dúvida sobre o
medo ou sobre o questionário.
Conclusão
Em suma, as emoções
diferenciam-se bastante dos sentimentos, apesar de as pessoas geralmente
associarem estes dois conceitos. As primeiras são breves, intensas e apresentam
uma causa, ao contrário dos sentimentos que são duradouros, de baixa
intensidade e a estes não se associa uma
causa imediata.
Assim, as emoções
são bastante importantes para o ser humano, quer seja por assegurarem a nossa
sobrevivência, levando-nos a evitar situações perigosas, quer por permitir que
nos relacionemos com outras pessoas e comuniquemos com as mesmas, ou seja, está
na base das relações afetivas. Para além disso, influenciam-nos na tomada de
decisões, tornando as mesmas “subjetivas” e motivam-nos a ter uma certa
atitude.
Devido a isto, é
relevante que as emoções sejam trabalhadas com as crianças para que aprendam a
gerir e a interpretá-las de modo a aumentarem o seu autoconhecimento e a terem
um maior autocontrolo sobre as mesmas. Adicionalmente, crianças emocionalmente
competentes lidam melhor com as suas dificuldades e com os que as rodeiam.
Desta forma, também
é importante qualquer pessoa saber reconhecer emoções para interagir e
comunicar melhor com alguém, pois, assim, pode moldar a sua atitude à emoção
que um indivíduo expressa. Por exemplo, devemos ter uma atitude compreensiva
com alguém que está triste e não fazer festejos, mas tal só pode ser feito se
formos capazes de reconhecer a emoção manifestada.
Para além disso, ao
identificar-mos as nossas próprias emoções aumentamos o autocontrolo sobre as
mesmas e o nosso autoconhecimento. Daí que na atividade proposta seja avaliada
a capacidade de reconhecer emoções através de excertos de uma história
hipotética da origem do medo e de reações de diferentes pessoas, sendo que
apenas aquela que se coaduna com o excerto é a resposta certa. Pretendemos
também com atividade que se perceba a importância do medo enquanto algo que nos
leva a evitar uma situação indesejável.
Bibliografia/Sitografia
https://uptokids.pt/saude-e-bem-estar/conhecer-as-emocoes-no-comportamento-das-criancas/
https://br.guiainfantil.com/materias/educacao/comportamento/como-educar-os-sentimentos-das-criancas/
https://casule.com/como-trabalhar-emocoes-com-criancas/
https://www.verywellmind.com/the-purpose-of-emotions-2795181
https://nobaproject.com/modules/functions-of-emotions
MONTEIRO, Manuela Matos; FERREIRA, Pedro Tavares;
MORENO, Cândido. PSI para SI 12, Parte 2. 1ª ed. Porto: Porto Editora,
2018.
https://psicologado.com.br/psicologia-geral/introducao/as-emocoes
https://soumamae.com.br/as-emocoes-secundarias-e-sua-manifestacao-nas-criancas/
https://www.psychologytoday.com/us/blog/compassion-matters/201801/how-emotions-guide-our-lives
https://www.verywellmind.com/an-overview-of-the-types-of-emotions-4163976
https://www.psychologytoday.com/us/blog/hide-and-seek/201601/what-are-basic-emotions
https://pt.wikipedia.org/wiki/Emo%C3%A7%C3%A3o
https://www.diferenca.com/emocao-e-sentimento/
https://susanfitzell.com/12-ways-to-teach-kids-to-recognize-and-label-their-emotions/
https://www.betterhelp.com/advice/general/what-are-primary-and-secondary-emotions/
AS EMOÇÕES
Beatriz
Garcia, Clara Cruz, Inês Herder, Joana Dá Mesquita (12ºT1)
Índice
Introdução: Sentimentos, Afetos e Emoções
Importância das Emoções
Importância de reconhecer as Emoções e trabalhar com
crianças
Atividade desenvolvida
Conclusão
Bibio/Sitografia
Introdução:
Sentimentos, Afetos e Emoções
Desde
pequenos que nos apercebemos quando sentimos espanto, raiva, nojo, repulsa,
alegria ou tristeza. Estas são as emoções primárias que um ser humano pode
sentir, entre muitas outras emoções que existem. A importância das emoções, não
só das primárias, como também das secundárias, pode ser muito desvalorizada,
não sendo clara para todos. A verdade é que são muito importantes, não só para
a nossa sobrevivência, como para a nossa convivência em sociedade.
A
teoria das emoções básicas define raiva, espanto, repulsa, medo, alegria e
tristeza com as seis emoções básicas que o ser humano sente. São elementares e
a partir delas e das suas combinações é que surgem as mais complexas. A
designação “básicas” também tem a ver com a crença de que são vitais para a nossa
sobrevivência.
De
facto, emoções como a repulsa e o medo servem para nos afastar de situações
potencialmente perigosas para nós, enquanto emoções como a tristeza servem para
nos aproximar dos outros. Também possibilitam uma avaliação dos estímulos do ambiente
de maneira extremamente rápida, possibilitando uma reação rápida. As suas
formas de expressão típicas, que as revelam aos outros, ajudam ainda nas
relações sociais. As emoções favorecem a convivência, a interação e a ação e
dizem muito do que somos e pensamos.
A
vida das crianças está repleta de emoções e estas são um elemento crucial no
seu crescimento. Quando experienciamos uma emoção agradável o pensamento
torna-se criativo, a “mente aberta” e as ações tornam-se mais aventureiras e
exploradoras. Embora algumas sejam mais agradáveis do que outras, todas elas
são importantes para nos sentirmos funcionais e, por isso, o importante passa
por as sentir e ser capaz de as gerir de uma forma adequada.
As
crianças falam mais dos seus sentimentos e emoções quando se sentem seguras e
aceites, daí ser muito importante que os adultos lhes proporcionem um ambiente
em que se sintam apoiadas. Por isso, é importante a existência um ambiente de
apoio em casa e na escola para benefício dos mais novos. A atividade realizada
pelo trabalho serve, principalmente, para avaliar os conhecimentos das crianças
em relação às emoções e até de aprendizagem para as mesmas, mantendo um
ambiente leve e amigável.
Por
fim, é relevante destacar a diferença entre 3 conceitos muitas vezes
confundidos: afetos, emoções e sentimentos. Os afetos são uma predisposição
biológica para ter experiências emocionais, enquanto as emoções são alterações
neurofisiológicas face a determinados estímulos do meio. À interpretação
subjetiva das emoções dá-se, então, o nome de sentimentos.
Importância das Emoções
As
emoções apresentam um papel de extrema importância na vida do ser humano, pois
influenciam a forma como a pessoa pensa e se comporta. Assim, a emoção
apresenta três componentes: uma subjetiva, que determina a forma como a emoção
é sentida; outra fisiológica, responsável pela reação do corpo à dita emoção; e,
por fim, uma expressiva, que define o modo como o indivíduo se comporta em
resposta ao estímulo emocional.
Além disso, as emoções são também caracterizadas pelas
diferentes funções que apresentam na vivência dos humanos. Distinguem-se,
então, três áreas de funções: a intrapessoal, a interpessoal e a sociocultural.
A primeira representa o papel das emoções no interior do indivíduo, a segunda caracteriza
o significado dos estados emocionais nas relações com outros e, por último, a
sociocultural descreve a função de manutenção e funcionamento eficaz das
sociedades e culturas a partir das emoções.
Em termos de função intrapessoal, as emoções permitem
agir rapidamente, com consciência mínima necessária, por exemplo, em situações
em que estejamos perante comida estragada, a repulsa estimula à negação
imediata desse agente nocivo. São também relevantes para o armazenamento e
preservação das memórias, visto que estas têm emoções associadas. E,
finalmente, os estados emocionais motivam comportamentos futuros, porque, por
memória, há certas emoções associadas a certas ações ou triunfos, levando a que
o indivíduo deseje instintivamente repetir ou não experiências passadas.
No domínio interpessoal, as emoções são uma ferramenta,
pois permitem aceder aos estados de espírito e pensamentos de terceiros através
de expressões faciais, o que por sua vez possibilita a compreensão de relações
estabelecidas, os comportamentos a ter com certas pessoas e uma adaptação e
adequação a situações que envolvem outros sujeitos.
Para o funcionamento eficaz de uma sociedade são
necessárias regras, expectativas e papéis a desempenhar. Portanto, de maneira a
evitar o caos, os indivíduos devem coordenar as suas vidas e relações de acordo
com as normais sociais exigidas. Tal é possível graças à cultura, que cria um
sistema de significados e informações, transmitidos posteriormente de geração
em geração. Assim, as emoções entram no campo de transmissão de hábitos
culturais, no sentido em que é preciso aferir quais emoções expressar ou não
nos devidos contextos sociais e o que é considerado aceitável pela sociedade na
expressão de emoções, atuando como regras de comportamento. Exemplo disto é a
conceção social em algumas culturas de que os homens não devem chorar, ou seja,
expressar a emoção tristeza.
Deste
modo, conclui-se que as emoções apresentam, de facto, um papel imperativo nas
sociedades, quer seja a nível coletivo ou individual, sendo, por isso,
importante aprender a controlá-las, dentro dos possíveis, e a reconhecê-las.
Importância de
reconhecer as Emoções e de as trabalhar com crianças
Na
nossa sociedade, é muito valorizado o quociente de inteligência na avaliação de
uma pessoa. Contudo, também é importante ter em conta o QE, o quociente
emocional, que mede a facilidade que uma pessoa tem em relacionar-se com os
outros, integrar-se na comunidade e agir corretamente de acordo com a situação
em que se encontra.
Deste
modo, para possuir um elevado QE é necessário reconhecer e compreender as
alterações hormonais que ocorrem no nosso organismo perante diferentes
estímulos: as emoções. Estas expressões de fatores socioambientais que
influenciam positiva ou negativamente o nosso dia a dia, são componentes
básicos do ser humano e permitem, assim, fazer uma leitura do cenário externo
em que nos encontramos, modelando o nosso comportamento.
De
facto, é importante desde criança treinar o reconhecimento das diferentes emoções,
sendo a autoanálise e a auto-observação indispensáveis no processo. Desta
forma, ao compreender as diferentes emoções é possível agir de forma
socialmente adequada. Se não nos for possível reconhecer as emoções que
sentimos, somos tentados a agir sem filtros sociais, de forma quase instintiva.
Por
exemplo, quando experienciamos raiva e gritamos com alguém para nos sentirmos
melhor, esta reação e emoção são associados no nosso cérebro, pelo que, na
próxima vez em que sentirmos raiva vamos ter maior tendência para repetir este
comportamento. Torna-se assim cada vez mais difícil desvincular a raiva deste
comportamento socialmente reprovado, tornando-se quase uma reação imediata e
instintiva perante esta emoção. Este ciclo torna impossível a socialização e a
possibilidade de criar ligações afetivas com alguém.
A
partir do momento em que aprendemos a reconhecer e nomear as emoções,
tornamo-nos capazes de elaborar reações adequadas ao ambiente exterior,
quebrando esses padrões de comportamento nocivos para a nossa vida.
Por
isso, é necessário saber distinguir o “sentir” do “compreender”, sendo que
apenas quando nos tornamos capazes de identificar as nossas próprias emoções é
que conseguimos inferir os nossos próprios sentimentos e os de outras pessoas perante
determinadas situações, o que permite criar afinidade e relações interpessoais.
Assim,
a habilidade de identificar e expressar emoções tem sido relacionada com a
competência de socializar e criar empatia com os outros. Para tal, é essencial
sensibilizar as crianças para as suas emoções com jogos e atividades com outras
crianças de modo a promover uma fácil interação social futura. Logo, a
inteligência emocional não permite controlar as nossas emoções, pois estas são
impulsos naturais e primitivos, mas sim a reação que temos perante a exposição
a uma, algo extremamente importante para viver pacificamente numa sociedade.
Atividade Desenvolvida
Tal como referido na secção anterior, a formação de
capacidades sociais, empáticas e emocionais nas crianças é extremamente
relevante na pessoa que serão futuramente, sendo, portanto, importante que se
desenvolvam atividades dirigidas a elas no âmbito do conhecimento das emoções.
Assim, o nosso grupo decidiu desenvolver um jogo lúdico e
simples acerca das emoções primárias, tendo como público alvo a faixa etária
das crianças de primeiro ciclo. Este jogo segue as regras do jogo de glória:
lança-se um dado, que define o movimento do jogador num tabuleiro com casas
numeradas; algumas destas casas têm símbolos que indicam que o jogador está
parado durante uma ronda ou volta ao início de tabuleiro, para cativar a
atenção das crianças; por fim, ao parar em algumas das casas, marcadas com
pontos de interrogação, o jogador tem de responder a algumas questões
selecionadas por nós acerca das emoções primárias; o primeiro a terminar o
tabuleiro vence.
Ora, ao termos um jogo que revolve em torno de questões e
respostas acerca de emoções, somos capazes de avaliar o desenvolvimento
emocional de cada elemento estudado. Simultaneamente, a criança que responde às
questões vê os seus conhecimentos validados e adquire noções que não possuía
previamente. Logo, o jogo tinha um duplo objetivo- para o nosso grupo, funciona
como avaliação dos conhecimentos das crianças; para os participantes, é um
veículo de aprendizagem, possibilitando o estabelecimento de uma relação
saudável e compreensiva para com as suas emoções.
Esta aprendizagem é possibilitada pela variedade na
dificuldade das questões, que iam, por exemplo, desde olhar para quatro quadros
e dizer qual é o mais triste a saber se é verdade ou não que as mulheres são
mais sensíveis à repulsa.
É importante, ainda, destacar que no
nosso trabalho direcionámos as questões mais para o nojo, por ser uma emoção
não muito discutida ou valorizada, apesar da sua relevância na sobrevivência.
Conclusão
Neste trabalho coube-nos explorar o mundo das emoções,
procurando entendê-lo melhor. Nesse sentido, procurámos esclarecer que as
emoções são alterações neurofisiológicas em resposta ao meio, o que estabelece
o seu impacto, por terem efeito nos comportamentos do nosso dia a dia e na
forma como interagimos com os outros.
Assim, rapidamente fica claro que estas emoções são
extremamente relevantes no Homem, por afetarem o seu modo. É, portanto, essencial
que cada um tenha a capacidade de reconhecer as suas emoções, pois isso
permitir-lhe-á entendê-las melhor, possibilitando uma relação saudável com
elas. Esta relação deve ser iniciada na infância, por serem anos formativos em
que a forma de lidar com as emoções vai moldar o indivíduo.
Com o intuito de entender se as crianças estão realmente
a criar ligações com a sua dimensão emocional e de, ao mesmo tempo, podermos
ajudar esse processo, criámos um jogo lúdico, apropriado para as suas idades,
que testa de forma divertida e simples os seus conhecimentos, expandindo-os e
incitando o entusiasmo por esta aprendizagem.
Ora, no âmbito deste trabalho, foi-nos possível evoluir
no nosso próprio desenvolvimento emocional, por estarmos a aprender à medida que
pesquisamos acerca do assunto.
Biblio/Sitografia
https://www.verywellmind.com/the-purpose-of-emotions-2795181
https://nobaproject.com/modules/functions-of-emotions
https://www.sbcoaching.com.br/blog/emocoes/
https://meucerebro.com/a-importancia-das-emocoes/
https://advancecare.pt/artigos/saude-e-bem-estar/inteligencia-emocional-a-arte-de-reconhecer-emocoes
https://www.altoastral.com.br/e-importante-conhecer-suas-emocoes/
http://tatianaleite.com.br/2019/12/10/reconhecer-e-nomear-as-emocoes/
Livro Psi
para Si
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